quinta-feira, julho 17, 2003
Programa de Indie
Por Luciano Vianna
Dia D(esorganizado)
Sabem o Dia D? Aquele festival no Espírito Santo, que prometia ser um dos grandes eventos do ano, com shows ao ar livre para dezenas de milhares de pessoas e participação de bandas bacanas como o Carbona, Glamourama, Valv, Acid X, Grave e Motormama? Num episódio até agora muito nebuloso, os organizadores, botando a culpa no mau tempo, resolveram cancelar a festa. Detalhe mórbido da história: só avisaram quando todas as bandas de fora da capital capixaba já estavam no local. E o pior, sem uma boa explicação e, muito menos, sem o dinheiro do cachê prometido a cada banda, deixando todo mundo a mercê da própria sorte. Ex-colunista do London Burning e atual produtor da banda Acid X, Mário Marques, (vencedor do prêmio Indie Destaque de 2002, batendo esse colunista que vos escreve na contagem final dos votos) deu uma entrevista a um jornal local onde diz que “Ficamos sabendo do cancelamento no boca-a-boca e pela tevê. Os produtores locais não tiveram a dignidade de nos dar uma satisfação. Vamos processar a Múltipla Produções por danos morais e materiais, caso o pagamento não seja feito até hoje (ontem)". Segundo Mario, só no aluguel da van contratada para o transporte da equipe, foram gastos R$ 600, que seriam ressarcidos pelos produtores do Dia D. No mesmo jornal, o guitarrista do Valv, Luciano Cota, afirma que vai aguardar um contato da produção antes de tomar qualquer decisão, pois no contrato assinado pela banda há uma cláusula garantindo 50% do pagamento do cachê (R$ 500) em caso de cancelamento do evento.
Aqui no Rio estivemos conversando com o guitarrista do Glamourama, Carlos Jazzmo que expressa toda a sua indignação com a falta de profissionalismo dos produtores no texto abaixo:
“Fazer música independente, todo mundo pensa, é difícil simplesmente
porque não há dinheiro circulando. Então você não consegue viver de fazer
música. Tem também o problema da divulgação. É difícil furar o bloqueio da
mídia e pôr seu nome na roda. Nós, do Glamourama, tivemos sempre essas
certezas. Pois o que aconteceu em Vitória, com o "adiamento" do Dia D, joga
tudo isso por terra. O festival recebeu patrocínio do estado, recebeu a concessão da Praça do Papa - um espaço gigantesco a céu aberto - e teve ampla divulgação na mídia
local. A repercussão do Dia D só não foi maior porque a organização se
atrapalhou toda na hora de fazer os acertos com a MTV (!) e com a Trama (!).
O seja: estava tudo engatilhado.
Já uma semana antes do evento, começamos a encontrar problemas: uma parte da
nossa equipe não pôde ser despachada no ônibus fretado, porque, segundo
Adolfo (o produtor de sobrenome desconhecido), "estava em cima demais, e a
banda devia ter se organizado melhor". Ali engoli seco e aceitei: bom, pelo
menos esse evento vai ser neuroticamente organizado. Ah, sim: havia uma
equipe do Glamourama. Porque o Dia D, anunciava-se, era um festival
nacional, dirigido a um público de 20 mil pessoas. Então mobilizamos gente.
Ao longo da semana, foram sendo descartadas a MTV e a gravadora Trama. Logo,
agora o Dia D era um festival local. Uma comunicação direta com o público
presente. Para nós, banda independente, ainda estava sensacional.
E eis que chegamos todos juntos a Vitória, diversas bandas num mesmo ônibus.
A partir dali, nem sinal da organização do evento. Despesas pequenas, como
pedágios, já saíam dos bolsos das bandas. Horário de saída para o show? As
bandas se organizaram em torno disso. Nem sinal da produção ainda. Então chegamos por volta das 16h no local do evento, e fomos informados de que estava tudo cancelado. Sem mais delongas, "a chuva" acabou com tudo. Foi o máximo que extraímos de Adolfo.
Ali pessoalmente pressionei o produtor pelo cumprimento do enorme contrato
com o qual ele nos fez concordar, e conseguimos um compromisso: ele passaria
no hotel para conversar. Nem isso foi cumprido.
Agora, terça-feira, passaram-se 72 horas desde o último diálogo, e os
pouquíssimos contatos que Adolfo nos deu não surtem resultado. Telefones
desligados e esse tipo de coisa. Então agora fica tudo muito estranho, porque a organização fez de tudo para ter o mínimo de contato conosco durante esses dias. E agora que precisamos encontrá-los, não há como.
Uma repórter da Gazeta, jornal de Vitória, já se disse frustrada, porque a
organização virou "poeira cósmica" depois do ocorrido.
Da parte do Glamourama - acredito ser assim com as outras bandas - fica uma
enorme frsutração, acima de qualquer raiva da produção do evento. Porque a
nossa relação é com o público. Nós viajamos 16 horas para tocar, para fazer
o que gostamos e pelo que estamos lutando. Não foi para ganhar dinheiro. É
óbvio que queremos ser ressarcidos pelo menos dentro do que estava no
contrato, mas o dano maior já foi feito: milhares de pessoas deixaram de
curtir os shows, e dezenas de bandas foram privadas do que foram fazer por
lá, e do que fariam em outras cidades naqueles dias.
Resumindo, uma palhaçada. É lamentável que quando se consegue estrutura para
um evento desse porte, a responsabilidade caia nas mãos de gente sem o menor
compromisso profissional. Desta vez, as bandas independentes deram um show
de profissionalismo sobre a "máquina". Esperamos voltar a Vitória muito em
breve para uma revanche, mas dessa vez cerdados de gente mais séria. A
cidade é sensacional em termos de público e amigos, e espero que o ocorrido
não sirva para tirá-la do mapa das bandas do resto do país. Inclusive, a
frustração toda se refere basicamente a isso: vale a pena tocar lá. O Glamourama pretende organizar uma carta escrita em conjunto para lidar melhor com essa história depois. Há muita coisa que as bandas podem fazer sobre esse tipo de "roubada", sem se colocar como inimigos de quem quer que seja. Afinal, todo mundo quer a mesma coisa: roquenrou.”
Acid X em Sampa
E por falar em Acid X (pronuncia-se Acid Xis), a banda carioca lança seu primeiro disco hoje (quinta-feira) no Urbano, em São Paulo. Para quem não sabe, o Urbano fica na Rua Cardeal Arcoverde, 614, Pinheiros – SP.
Trama e London Burning dão 10 CD's do Buzzcocks e do New York Dolls
Quer ganhar uma cópia do disco "Lipstick Killers", coletânea de raridades do quinteto americano New York Dolls ou prefere mais "Buzzcocks", o novo álbum do quarteto homônimo de Manchester (Inglaterra)?
Para concorrer é só mandar uma mensagem para promolb@uol.com.br contando pra gente a história mais "punk" da sua vida. As dez melhores histórias ganham os discos, cortesia da gravadora Trama, que está lançando ambos esse mês no Brasil.
Mais uma turnê gringa
Nem bem o Pulley tá indo embora, a banda americana The Eternals fechou quatro datas para uma mini-turnê SP-BH.
The Eternals é Damon Locks nos vocais, teclados e efeitos especiais, Wayne Montana no baixo, guitarra e teclados e Dan Fliegel na percussão, guitarra e teclados. A banda possui integrantes que já tocaram com Tom Zé e Tortoise. Abrindo os shows, estaá o sexteto paulistano Hurtmold.
- 24 de julho - quinta-feira - 20h.
São Paulo/SP:
SESC Pompéia [Rua Clélia, 93 - Pompéia - Tel: 3871-7700]
THE ETERNALS + HURTMOLD
Abertura: POLARA
Ingressos:
$15,00 [inteira]
$11,00 [usuário matriculado]
$7,50 [trabalhador no comércio e serviços matriculado e dependentes]
- 25 de julho - sexta-feira - 19h.
Campinas/SP:
Centro Cultural Evolução [Rua Regente Feijó, 1087 - Centro - Tel: 3232-9959]
THE ETERNALS + HURTMOLD
Abertura: DELOMAX
Ingressos:
- $10,00
- 26 de julho - sábado - 22h.
Belo Horizonte/MG:
Matriz [Rua Guajajaras, 1353 - Terminal Turístico JK - Centro - Tel: 3212-6122]
THE ETERNALS + HURTMOLD
Ingressos:
$8,00 antecipados [venda na loja 53hc/Galeria Praça Sete e no Matriz]
$10,00 na hora
- 27 de julho - domingo - 19h [pontualmente].
São Paulo/SP:
Ritmus [Rua Teodoro Sampaio, 727]
THE ETERNALS + HURTMOLD
Ingressos:
$8,00 [antecipados e limitados na loja Trezeta Musik: Rua 24 de Maio, 62 - 3º andar, loja 470 - Grandes Galerias -
Centro]
Vem aí…
Paul McCartney, Pretenders, Linkin Park, Hellacopters, Super Furry Animals, Peaches, Lambchop, Pearl Jam, Goldblade, parece que até o seu final, 2003 vai ser bem animado e cheio de visitas internacionais. A última novidade é uma possível passada do Interpol por aqui em substituição a uma das atrações “quase” confirmadas do Tim Festival, que, em cima da hora, desistiu da assinatura do contrato. E um grupo “ex-indie” muito conhecido por aqui já está com quase tudo certo para pintar daqui a dois meses. Semana que vem eu conto quem é....
Dá-lhe Lucio
Eu não estava pretendendo contar qual o grupo da nota acima, porque queria uma confirmação maior da EMI antes, mas já que o grande Lúcio Ribeiro abriu o bico em sua coluna Pensata, vamos lá: Coldplay vem aí. O que não se sabe ainda é se o grupo britânico toca sozinho ou entra na escalação do próximo Kaiser Music Festival, que provavelmente contará com duas bandas brasileiras + Hellacopters e Foo Fighters como atrações internacionais. Cogita-se também o Echo and The Bunnymen entrar nessa...
Agora é certo
Não sei se foi pela insistência da Programa de Indie, mas algumas horas depois da conversa desse colunista com algumas fontes da EMI, a gravadora soltou uma nota para a imprensa confirmando a vinda do Coldplay para o Brasil. Confira as datas:
3 de Setembro - Rio De Janeiro - Jockey Club
4 de Setembro - São Paulo - Via Funchal
As apresentações fazem parte da turnê do CD A Rush of Blood To The Head, lançado no ano passado e que já vendeu cerca de 60 mil álbuns por aqui.
Oasis?
Parece que o Oasis recebeu uma proposta irresistível da organização do Brasília Music Festival, que só estaria esperando o OK dos irmãos Gallagher para fechar a sua programação. Dizem que o dinheiro por lá ta sobrando tanto que Noel e Liam estão cogitando até mesmo interromper suas férias só para fazer esse único show.
Alex Quem?
Fernando Paiva, integrante da banda carioca Luisa Mandou Um Beijo, publicou em seu blog um interessante texto sobre esses novos nomes que estão surgindo na MPB(osta) nos últimos meses. Coisas como Emmerson Nogueira, Alex Cohen e Danni Carlos, cantores de barzinhos que foram alçados à fama pela simples incompetência de gravadoras como Sony, BMG, EMI e Universal de abrir os olhos para toda a nova cena pop saindo dos porões dos indie kids. O endereço é http://maquinadeescrever.kit.net
Pipoca Moderna
Marcel Plasse, ex-membro da fase áurea da Bizz, está anunciando uma nova revista, a Pipoca Moderna, voltada para os lançamentos em DVD do mercado brasileiro e internacional. Por enquanto a revista estará apenas em São Paulo, mas já dá para conhecer um pouco da proposta de Plasse em www.pipocamoderna.com.br
Pixies & MBV
O mundinho indie ficou em polvorosa nos quarto cantos do planeta com notícias, na mesma semana, da “possível” volta das duas maiores bandas do rock alternativo dos anos 90. Depois de Frank Black dizer que se encontra com os outros Pixies para jams e adoraria se apresentar ao vivo com eles de novo, foi anunciado que três dos My Bloddy Valentines originais (Kevin Shields, Colin O'Ciosiog e Bilinda Butcher) se encontram num estúdio em Berlim terminando cinco músicas que começaram a ser trabalhadas em 1989. Nesse ano, o MBV teria que lançar um disco por sua antiga gravadora, mas por problemas internos, apenas quatro músicas ficaram prontas, que saíram no EP Glider. E o melhor, parece que essas cinco músicas irão sair num luxuoso boxset dedicado à banda, com previsão de lançamento para o Natal.
Mais Shields
Depois de lançar a fraca “Outro” numa coletânea do selo escocês Geographic, no ano passado, Kevin Shields, a eminência parta por trás do som do MBV está com quatro faixas na trilha sonora do novo filme de Sofia Coppola, 'Lost In Translation'. Confira o track-list:
'Intro/Tokyo' / Air
'City Girl' / Kevin Shields
'Shibuya' / Brian Reitzell & Roger J. Manning Jr.
'Fantino' / Sebastian Tellier
'Golf Course' / Kevin Shields
'Girls' / Death In Vegas
'Tommib' / Squarepusher
'Too Young' / Phoenix
'Kaze Wo Atsumete' / Happy End
'On the Subway' / Brian Reitzell & Roger J. Manning Jr.
'Ikebana' / Kevin Shields
'Sometimes' / My Bloody Valentine
'Alone in Kyoto' / Air
'Are You Awake?' / Kevin Shields
'Just Like Honey' / The Jesus & Mary Chain
London Burning 5 anos
Já foi fechada a escalação do grande festival de aniversário de 5 anos do London Burning. Serão 10 bandas tocando simultaneamente em duas casas de shows do Rio de Janeiro, Balroom e Bunker, no comecinho de setembro. Semana que vem eu passo a escalação completa, aguardem....
Red Cross
A banda americana White Stripes cancelou sua participação nos bacanas festivais T In The Park e Witness por causa de um acidente que Jack White sofreu na madrugada da última quarta-feira. Segundo os jornais americanos, Jack estava acompanhado de sua namorada, a atriz Renee Zellweger (ex-Jim Carey) quando quebrou a mão em um acidente de carro em Detroit.
Chemical essencial
Saiu o tracklist da coletânea “The Singles 93-03”, com lançamento previsto para o dia 23 de setembro. As primeiras milhares de cópias virão com um CD de bônus, com 11 remixes e gravações ao vivo. Além disso, um DVD também será lançado no mesmo dia, com todos os clipes dos Chemical Brothers, além de raridades, entrevistas e trechos de apresentações ao vivo.
CD 1
"Song to the Siren" (de "Leave Home" - 1995)
"Chemical Beats" (de "Leave Home" - 1995)
"Leave Home" (de "Leave Home" - 1995)
"Setting Sun" (de "Dig Your Own Hole - 1997)
"Block Rockin' Beats" (de "Dig Your Own Hole - 1997)
"Private Psychedelic Reel" (de "Dig Your Own Hole - 1997)
"Hey Boy Hey Girl" (de "Surrender" - 1999)
"Let Forever Be" (de "Surrender" - 1999)
"Out of Control" (de "Surrender" - 1999)
"Star Guitar" (de "Come With Us" - 2002)
"The Test" (de "Come With Us" - 2002)
"Get Yourself High" (inédita)
"The Golden Path" (inédita)
CD Bônus
"Not Another Drugstore" (Planet Nine mix)
"The Duke"
"If You Kling to Me I'll Klong to You"
"Otter Rock"
"Morning Lemon"
"Galaxy Bounce" (original version)
"Loops of Fury"
"Delik"
"Electrobank" (live)
"Under the Influence" (mix 2)
"Piku Playground" (live)
Rapidinhas...
Magic And Medicine, novo disco dos ingleses do The Coral, já está disponível nos Soulseeks da vida /// Bem como o excelente Cosmotron, do Skank e os novos do Sepultura, Marcelo D2 e Pitty /// Astronautas (PE) e Quem?! tocam essa sexta-feira na festa London Burning, na Bunker. Depois dos shows, a DJ inglesa Zoe (responsável pelas noites rock do Astoria-Londres) divide as pick ups comigo mostrando o que rola de melhor nas noites roqueiras inglesas /// Pra quem está em Sampa, a pedida é a noite All Stars, no Trip Bar, que esse sábado tem a discotecagem sempre instigadora do Lúcio Ribeiro e Márcio Custódio e show dos bacanas Los Pirata /// Patrick Lapan saiu do Rodox. O rapaz, também ex-Los Hermanos, parece que esta se especializando em largar bandas no auge do sucesso /// A Bidê ou Balde está gravando um novo vídeo-clip. Dessa vez, a música escolhida é a fofa “Cores Bonitas” /// A produção do Ceará Music 2003 confirmou hoje três atrações: Los Hermanos, Detonautas e Shaman /// Celia Cruz e Company Segundo, R.I.P /// Um famoso DJ/promoter está de malas prontas para morar em Londres. As noites indies paulistanas nunca mais serão as mesmas...
Por Luciano Vianna
Dia D(esorganizado)
Sabem o Dia D? Aquele festival no Espírito Santo, que prometia ser um dos grandes eventos do ano, com shows ao ar livre para dezenas de milhares de pessoas e participação de bandas bacanas como o Carbona, Glamourama, Valv, Acid X, Grave e Motormama? Num episódio até agora muito nebuloso, os organizadores, botando a culpa no mau tempo, resolveram cancelar a festa. Detalhe mórbido da história: só avisaram quando todas as bandas de fora da capital capixaba já estavam no local. E o pior, sem uma boa explicação e, muito menos, sem o dinheiro do cachê prometido a cada banda, deixando todo mundo a mercê da própria sorte. Ex-colunista do London Burning e atual produtor da banda Acid X, Mário Marques, (vencedor do prêmio Indie Destaque de 2002, batendo esse colunista que vos escreve na contagem final dos votos) deu uma entrevista a um jornal local onde diz que “Ficamos sabendo do cancelamento no boca-a-boca e pela tevê. Os produtores locais não tiveram a dignidade de nos dar uma satisfação. Vamos processar a Múltipla Produções por danos morais e materiais, caso o pagamento não seja feito até hoje (ontem)". Segundo Mario, só no aluguel da van contratada para o transporte da equipe, foram gastos R$ 600, que seriam ressarcidos pelos produtores do Dia D. No mesmo jornal, o guitarrista do Valv, Luciano Cota, afirma que vai aguardar um contato da produção antes de tomar qualquer decisão, pois no contrato assinado pela banda há uma cláusula garantindo 50% do pagamento do cachê (R$ 500) em caso de cancelamento do evento.
Aqui no Rio estivemos conversando com o guitarrista do Glamourama, Carlos Jazzmo que expressa toda a sua indignação com a falta de profissionalismo dos produtores no texto abaixo:
“Fazer música independente, todo mundo pensa, é difícil simplesmente
porque não há dinheiro circulando. Então você não consegue viver de fazer
música. Tem também o problema da divulgação. É difícil furar o bloqueio da
mídia e pôr seu nome na roda. Nós, do Glamourama, tivemos sempre essas
certezas. Pois o que aconteceu em Vitória, com o "adiamento" do Dia D, joga
tudo isso por terra. O festival recebeu patrocínio do estado, recebeu a concessão da Praça do Papa - um espaço gigantesco a céu aberto - e teve ampla divulgação na mídia
local. A repercussão do Dia D só não foi maior porque a organização se
atrapalhou toda na hora de fazer os acertos com a MTV (!) e com a Trama (!).
O seja: estava tudo engatilhado.
Já uma semana antes do evento, começamos a encontrar problemas: uma parte da
nossa equipe não pôde ser despachada no ônibus fretado, porque, segundo
Adolfo (o produtor de sobrenome desconhecido), "estava em cima demais, e a
banda devia ter se organizado melhor". Ali engoli seco e aceitei: bom, pelo
menos esse evento vai ser neuroticamente organizado. Ah, sim: havia uma
equipe do Glamourama. Porque o Dia D, anunciava-se, era um festival
nacional, dirigido a um público de 20 mil pessoas. Então mobilizamos gente.
Ao longo da semana, foram sendo descartadas a MTV e a gravadora Trama. Logo,
agora o Dia D era um festival local. Uma comunicação direta com o público
presente. Para nós, banda independente, ainda estava sensacional.
E eis que chegamos todos juntos a Vitória, diversas bandas num mesmo ônibus.
A partir dali, nem sinal da organização do evento. Despesas pequenas, como
pedágios, já saíam dos bolsos das bandas. Horário de saída para o show? As
bandas se organizaram em torno disso. Nem sinal da produção ainda. Então chegamos por volta das 16h no local do evento, e fomos informados de que estava tudo cancelado. Sem mais delongas, "a chuva" acabou com tudo. Foi o máximo que extraímos de Adolfo.
Ali pessoalmente pressionei o produtor pelo cumprimento do enorme contrato
com o qual ele nos fez concordar, e conseguimos um compromisso: ele passaria
no hotel para conversar. Nem isso foi cumprido.
Agora, terça-feira, passaram-se 72 horas desde o último diálogo, e os
pouquíssimos contatos que Adolfo nos deu não surtem resultado. Telefones
desligados e esse tipo de coisa. Então agora fica tudo muito estranho, porque a organização fez de tudo para ter o mínimo de contato conosco durante esses dias. E agora que precisamos encontrá-los, não há como.
Uma repórter da Gazeta, jornal de Vitória, já se disse frustrada, porque a
organização virou "poeira cósmica" depois do ocorrido.
Da parte do Glamourama - acredito ser assim com as outras bandas - fica uma
enorme frsutração, acima de qualquer raiva da produção do evento. Porque a
nossa relação é com o público. Nós viajamos 16 horas para tocar, para fazer
o que gostamos e pelo que estamos lutando. Não foi para ganhar dinheiro. É
óbvio que queremos ser ressarcidos pelo menos dentro do que estava no
contrato, mas o dano maior já foi feito: milhares de pessoas deixaram de
curtir os shows, e dezenas de bandas foram privadas do que foram fazer por
lá, e do que fariam em outras cidades naqueles dias.
Resumindo, uma palhaçada. É lamentável que quando se consegue estrutura para
um evento desse porte, a responsabilidade caia nas mãos de gente sem o menor
compromisso profissional. Desta vez, as bandas independentes deram um show
de profissionalismo sobre a "máquina". Esperamos voltar a Vitória muito em
breve para uma revanche, mas dessa vez cerdados de gente mais séria. A
cidade é sensacional em termos de público e amigos, e espero que o ocorrido
não sirva para tirá-la do mapa das bandas do resto do país. Inclusive, a
frustração toda se refere basicamente a isso: vale a pena tocar lá. O Glamourama pretende organizar uma carta escrita em conjunto para lidar melhor com essa história depois. Há muita coisa que as bandas podem fazer sobre esse tipo de "roubada", sem se colocar como inimigos de quem quer que seja. Afinal, todo mundo quer a mesma coisa: roquenrou.”
Acid X em Sampa
E por falar em Acid X (pronuncia-se Acid Xis), a banda carioca lança seu primeiro disco hoje (quinta-feira) no Urbano, em São Paulo. Para quem não sabe, o Urbano fica na Rua Cardeal Arcoverde, 614, Pinheiros – SP.
Trama e London Burning dão 10 CD's do Buzzcocks e do New York Dolls
Quer ganhar uma cópia do disco "Lipstick Killers", coletânea de raridades do quinteto americano New York Dolls ou prefere mais "Buzzcocks", o novo álbum do quarteto homônimo de Manchester (Inglaterra)?
Para concorrer é só mandar uma mensagem para promolb@uol.com.br contando pra gente a história mais "punk" da sua vida. As dez melhores histórias ganham os discos, cortesia da gravadora Trama, que está lançando ambos esse mês no Brasil.
Mais uma turnê gringa
Nem bem o Pulley tá indo embora, a banda americana The Eternals fechou quatro datas para uma mini-turnê SP-BH.
The Eternals é Damon Locks nos vocais, teclados e efeitos especiais, Wayne Montana no baixo, guitarra e teclados e Dan Fliegel na percussão, guitarra e teclados. A banda possui integrantes que já tocaram com Tom Zé e Tortoise. Abrindo os shows, estaá o sexteto paulistano Hurtmold.
- 24 de julho - quinta-feira - 20h.
São Paulo/SP:
SESC Pompéia [Rua Clélia, 93 - Pompéia - Tel: 3871-7700]
THE ETERNALS + HURTMOLD
Abertura: POLARA
Ingressos:
$15,00 [inteira]
$11,00 [usuário matriculado]
$7,50 [trabalhador no comércio e serviços matriculado e dependentes]
- 25 de julho - sexta-feira - 19h.
Campinas/SP:
Centro Cultural Evolução [Rua Regente Feijó, 1087 - Centro - Tel: 3232-9959]
THE ETERNALS + HURTMOLD
Abertura: DELOMAX
Ingressos:
- $10,00
- 26 de julho - sábado - 22h.
Belo Horizonte/MG:
Matriz [Rua Guajajaras, 1353 - Terminal Turístico JK - Centro - Tel: 3212-6122]
THE ETERNALS + HURTMOLD
Ingressos:
$8,00 antecipados [venda na loja 53hc/Galeria Praça Sete e no Matriz]
$10,00 na hora
- 27 de julho - domingo - 19h [pontualmente].
São Paulo/SP:
Ritmus [Rua Teodoro Sampaio, 727]
THE ETERNALS + HURTMOLD
Ingressos:
$8,00 [antecipados e limitados na loja Trezeta Musik: Rua 24 de Maio, 62 - 3º andar, loja 470 - Grandes Galerias -
Centro]
Vem aí…
Paul McCartney, Pretenders, Linkin Park, Hellacopters, Super Furry Animals, Peaches, Lambchop, Pearl Jam, Goldblade, parece que até o seu final, 2003 vai ser bem animado e cheio de visitas internacionais. A última novidade é uma possível passada do Interpol por aqui em substituição a uma das atrações “quase” confirmadas do Tim Festival, que, em cima da hora, desistiu da assinatura do contrato. E um grupo “ex-indie” muito conhecido por aqui já está com quase tudo certo para pintar daqui a dois meses. Semana que vem eu conto quem é....
Dá-lhe Lucio
Eu não estava pretendendo contar qual o grupo da nota acima, porque queria uma confirmação maior da EMI antes, mas já que o grande Lúcio Ribeiro abriu o bico em sua coluna Pensata, vamos lá: Coldplay vem aí. O que não se sabe ainda é se o grupo britânico toca sozinho ou entra na escalação do próximo Kaiser Music Festival, que provavelmente contará com duas bandas brasileiras + Hellacopters e Foo Fighters como atrações internacionais. Cogita-se também o Echo and The Bunnymen entrar nessa...
Agora é certo
Não sei se foi pela insistência da Programa de Indie, mas algumas horas depois da conversa desse colunista com algumas fontes da EMI, a gravadora soltou uma nota para a imprensa confirmando a vinda do Coldplay para o Brasil. Confira as datas:
3 de Setembro - Rio De Janeiro - Jockey Club
4 de Setembro - São Paulo - Via Funchal
As apresentações fazem parte da turnê do CD A Rush of Blood To The Head, lançado no ano passado e que já vendeu cerca de 60 mil álbuns por aqui.
Oasis?
Parece que o Oasis recebeu uma proposta irresistível da organização do Brasília Music Festival, que só estaria esperando o OK dos irmãos Gallagher para fechar a sua programação. Dizem que o dinheiro por lá ta sobrando tanto que Noel e Liam estão cogitando até mesmo interromper suas férias só para fazer esse único show.
Alex Quem?
Fernando Paiva, integrante da banda carioca Luisa Mandou Um Beijo, publicou em seu blog um interessante texto sobre esses novos nomes que estão surgindo na MPB(osta) nos últimos meses. Coisas como Emmerson Nogueira, Alex Cohen e Danni Carlos, cantores de barzinhos que foram alçados à fama pela simples incompetência de gravadoras como Sony, BMG, EMI e Universal de abrir os olhos para toda a nova cena pop saindo dos porões dos indie kids. O endereço é http://maquinadeescrever.kit.net
Pipoca Moderna
Marcel Plasse, ex-membro da fase áurea da Bizz, está anunciando uma nova revista, a Pipoca Moderna, voltada para os lançamentos em DVD do mercado brasileiro e internacional. Por enquanto a revista estará apenas em São Paulo, mas já dá para conhecer um pouco da proposta de Plasse em www.pipocamoderna.com.br
Pixies & MBV
O mundinho indie ficou em polvorosa nos quarto cantos do planeta com notícias, na mesma semana, da “possível” volta das duas maiores bandas do rock alternativo dos anos 90. Depois de Frank Black dizer que se encontra com os outros Pixies para jams e adoraria se apresentar ao vivo com eles de novo, foi anunciado que três dos My Bloddy Valentines originais (Kevin Shields, Colin O'Ciosiog e Bilinda Butcher) se encontram num estúdio em Berlim terminando cinco músicas que começaram a ser trabalhadas em 1989. Nesse ano, o MBV teria que lançar um disco por sua antiga gravadora, mas por problemas internos, apenas quatro músicas ficaram prontas, que saíram no EP Glider. E o melhor, parece que essas cinco músicas irão sair num luxuoso boxset dedicado à banda, com previsão de lançamento para o Natal.
Mais Shields
Depois de lançar a fraca “Outro” numa coletânea do selo escocês Geographic, no ano passado, Kevin Shields, a eminência parta por trás do som do MBV está com quatro faixas na trilha sonora do novo filme de Sofia Coppola, 'Lost In Translation'. Confira o track-list:
'Intro/Tokyo' / Air
'City Girl' / Kevin Shields
'Shibuya' / Brian Reitzell & Roger J. Manning Jr.
'Fantino' / Sebastian Tellier
'Golf Course' / Kevin Shields
'Girls' / Death In Vegas
'Tommib' / Squarepusher
'Too Young' / Phoenix
'Kaze Wo Atsumete' / Happy End
'On the Subway' / Brian Reitzell & Roger J. Manning Jr.
'Ikebana' / Kevin Shields
'Sometimes' / My Bloody Valentine
'Alone in Kyoto' / Air
'Are You Awake?' / Kevin Shields
'Just Like Honey' / The Jesus & Mary Chain
London Burning 5 anos
Já foi fechada a escalação do grande festival de aniversário de 5 anos do London Burning. Serão 10 bandas tocando simultaneamente em duas casas de shows do Rio de Janeiro, Balroom e Bunker, no comecinho de setembro. Semana que vem eu passo a escalação completa, aguardem....
Red Cross
A banda americana White Stripes cancelou sua participação nos bacanas festivais T In The Park e Witness por causa de um acidente que Jack White sofreu na madrugada da última quarta-feira. Segundo os jornais americanos, Jack estava acompanhado de sua namorada, a atriz Renee Zellweger (ex-Jim Carey) quando quebrou a mão em um acidente de carro em Detroit.
Chemical essencial
Saiu o tracklist da coletânea “The Singles 93-03”, com lançamento previsto para o dia 23 de setembro. As primeiras milhares de cópias virão com um CD de bônus, com 11 remixes e gravações ao vivo. Além disso, um DVD também será lançado no mesmo dia, com todos os clipes dos Chemical Brothers, além de raridades, entrevistas e trechos de apresentações ao vivo.
CD 1
"Song to the Siren" (de "Leave Home" - 1995)
"Chemical Beats" (de "Leave Home" - 1995)
"Leave Home" (de "Leave Home" - 1995)
"Setting Sun" (de "Dig Your Own Hole - 1997)
"Block Rockin' Beats" (de "Dig Your Own Hole - 1997)
"Private Psychedelic Reel" (de "Dig Your Own Hole - 1997)
"Hey Boy Hey Girl" (de "Surrender" - 1999)
"Let Forever Be" (de "Surrender" - 1999)
"Out of Control" (de "Surrender" - 1999)
"Star Guitar" (de "Come With Us" - 2002)
"The Test" (de "Come With Us" - 2002)
"Get Yourself High" (inédita)
"The Golden Path" (inédita)
CD Bônus
"Not Another Drugstore" (Planet Nine mix)
"The Duke"
"If You Kling to Me I'll Klong to You"
"Otter Rock"
"Morning Lemon"
"Galaxy Bounce" (original version)
"Loops of Fury"
"Delik"
"Electrobank" (live)
"Under the Influence" (mix 2)
"Piku Playground" (live)
Rapidinhas...
Magic And Medicine, novo disco dos ingleses do The Coral, já está disponível nos Soulseeks da vida /// Bem como o excelente Cosmotron, do Skank e os novos do Sepultura, Marcelo D2 e Pitty /// Astronautas (PE) e Quem?! tocam essa sexta-feira na festa London Burning, na Bunker. Depois dos shows, a DJ inglesa Zoe (responsável pelas noites rock do Astoria-Londres) divide as pick ups comigo mostrando o que rola de melhor nas noites roqueiras inglesas /// Pra quem está em Sampa, a pedida é a noite All Stars, no Trip Bar, que esse sábado tem a discotecagem sempre instigadora do Lúcio Ribeiro e Márcio Custódio e show dos bacanas Los Pirata /// Patrick Lapan saiu do Rodox. O rapaz, também ex-Los Hermanos, parece que esta se especializando em largar bandas no auge do sucesso /// A Bidê ou Balde está gravando um novo vídeo-clip. Dessa vez, a música escolhida é a fofa “Cores Bonitas” /// A produção do Ceará Music 2003 confirmou hoje três atrações: Los Hermanos, Detonautas e Shaman /// Celia Cruz e Company Segundo, R.I.P /// Um famoso DJ/promoter está de malas prontas para morar em Londres. As noites indies paulistanas nunca mais serão as mesmas...